1. Princípios

Todo disco rígido pode ser dividido em partições, e cada uma contém um sistema de arquivos. Enquanto o Windows® atribui uma letra para cada um destes sistemas de arquivos (bem, na verdade apenas para aqueles que ele reconhece), o GNU/Linux possui uma única estrutura de árvore para os arquivos, e cada sistema de arquivos está montado em algum local desta árvore.

Assim como o Windows® precisa de um drive C:, o GNU/Linux deve montar a raiz de sua árvore de arquivos (/) em uma partição que contém o sistema de arquivo raiz. Uma vez montada a raiz você pode montar outros sistemas de arquivos na árvore em vários pontos de montagem dentro dela. Qualquer diretório abaixo da estrutura raiz pode funcionar como um ponto de montagem, e você pode montar o mesmo sistema de arquivos diversas vezes em diferentes pontos de montagem.

Isto permite uma grande flexibilidade de configuração. Por exemplo, se vocês for configurar um servidor web, é recomendado dedicar uma partição inteira para o diretório onde ficarão os dados do servidor web. Este diretório, normalmente, é o /var/www e age como um ponto de montagem para a partição. Você deve considerar uma partição /home grande se planeja baixar bastante sofwares, armazenar trabalhos ou documentos pessoais, fotos, arquivos de músicas, etc... Você pode ver na Figura 6.2, “Um sistema de arquivos não montado ainda” e Figura 6.3, “O sistema de arquivos agora está montado” como fica o sistema antes e depois de montar os sistemas de arquivo.

Figura 6.2. Um sistema de arquivos não montado ainda

Um sistema de arquivos não montado ainda

Figura 6.3. O sistema de arquivos agora está montado

O sistema de arquivos agora está montado

Como você pode imaginar, isto oferece um número de vantagens: A estrutura da árvore será sempre a mesma, seja para um único sistema de arquivos ou extendido em vários. Esta flexibilidade permite mover a parte chave da estrutura da árvore para outra partição quando o espaço se tornar escasso, que é exatamente o que vamos fazer aqui.

Há duas coisas que você precisa saber sobre pontos de montagem:

  1. O diretório que trabalhará como ponto de montagem deve existir.

  2. E este diretório, preferencialmente, deveria estar vazio: se um diretório escolhido para ponto de montagem já contém arquivos e subdiretórios, estes ficarão “escondidos” pelo novo sistema de arquivos montado. Os arquivos não serão apagados, mas também não estarão acessíveis até que você libere o ponto de montagem.

[Dica]Dica

Na verdade é possível acessar as informações “escondidas” pelo sistema de arquivo montado. Você simplesmente pode montar o diretório escondido com a opção --bind. Por exemplo, se você montou um diretório em /hidden/directory/ e quer acessar o seu conteúdo original em /new/directory, você teria que executar:

mount --bind /hidden/directory/ /new/directory